Escrever: um ato de criação e reflexão
- Nana Bernardes
- 27 de jun.
- 2 min de leitura

Escrever é um ato solitário e, ao mesmo tempo, coletivo. O momento da escrita é sempre permeado por esforço e concentração. Mesmo quando se sabe exatamente o que dizer, nem sempre as palavras certas aparecem com rapidez. É preciso pensar, experimentar, recuar, repensar, imaginar, consultar. É necessário desligar-se do mundo real e virtual e mergulhar no processo da escrita criativa. Para que ela ocorra, muita coisa precisa ter acontecido antes. O suporte para a escrita acontece aos poucos, em diferentes momentos e insights que vão sendo registrados. Escrever é materializar aquilo que se vai criando diariamente. É um processo longo e é um ato coletivo porque aquilo que se materializa na escrita é o reflexo do viver em sociedade.
A escrita também necessita de observação e leitura prévia. É a leitura que vai trazendo a segurança e a naturalidade ao ato de escrever. O repertório é fundamental para a fruição de quem escreve. Sem perceber, se vai ampliando as possibilidades, buscando palavras e expressões, substituindo, recolocando, testando, criando. A escrita é um fazer conectado à experiência e construção árdua do escritor, que, ao criar, usa toda a sua bagagem cultural, emocional e cognitiva. É um ato complexo que carrega um significado imenso. É a vida sendo reproduzida através das palavras.
O resultado da produção escrita transforma-se em registros simbólicos, que retratam situações ou sentimentos pontuais e conectados a determinado contexto ou amplos e atemporais, que podem vir a ser compartilhados em vários momentos e sentidos de diferentes formas, de acordo com a sensibilidade e receptividade do leitor. O certo é que escrever é desafiador. Carrega em si a angústia de buscar a melhor forma de expressão e a realização de ver o texto nascer e refletir o que pulsa na alma de quem o produziu.
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